quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

ORIENTE MÉDIO

Vejo um mundo de homens inconsciêntes
Ante a um mundo de homens inconsequentes...


Homens que fecham os olhos diante de problemas...
Inertes em seu silêncio, em seu alarde...


Afinal tudo é tão longe, e parece tão tarde.


Enquanto isso rolam claróes pelas vertentes dos montes
E tudo fica mais triste.

Gotas amargas de olhos inocentes rolam, rolam...
No peito do mundo!
Mas o mundo finge que não existe.


Sombrios rios de lágrimas e sangue...


No chão, escombros e defuntos...
Mais um ataque inesperado,


Morreram todos juntos.


No choro de mais uma noite de guerra


O silêncio dos mortos...


Os clamores de uma terra!


Fisionomias de medo jorram desespero!


Roubaram seus sonhos, nada restou...

Já sentem saudades da esperança...

O que foi feito do sorriso da criança?


A guerra o levou...
E junto com o sorriso, levou também o resto.

Eis aqui meu único gesto,
Um poema em protesto!


Para lembrar aos homens o verdadeiro sentido da vida,


O poder de uma mão estendida!


Por um fim de vez no "aqui jaz"


E lutar por um mundo de paz!


Camila Patrícia Milani




















domingo, 7 de dezembro de 2008

É tempo de Natal!... Mas Jesus Cristo nasceu mesmo em 25 de dezembro?





A palavra “Natal” tem origem do latim ‘natális’ que significa nascer, como adjetivo, significa local onde aconteceu o nascimento de alguém. Hoje, o Natal é uma festa cristã que comemora o nascimento de Jesus Cristo.
Mas Cristo nasceu mesmo em 25 de dezembro?
Este vocábulo não aparece na Bíblia, e também não foi utilizado pelos primeiros apóstolos. A “festa de Natal” teve origem na Igreja Católica Romana a partir do século IV, e daí se expandiu ao protestantismo, e ao resto do mundo. É fato que o Natal não foi observado pelos primeiros cristãos, durante os primeiros duzentos ou trezentos anos desta era.
Com certeza, Jesus não nasceu em 25 de dezembro! Segundo a bíblia, em Lucas 2:8 diz: "Ora, havia naquela mesma região pastores que estavam no campo, e guardavam os seus rebanhos, durante as vigílias da noite.” Dezembro é tempo de inverno. Costuma chover e nevar na região da Palestina (Confira na Bíblia em Cantares de Salomão 2:11 - Esdras 10:9-13 ). Conseqüentemente, os pastores não poderiam permanecer ao ar livre nos campos durante as vigílias da noite. Naquela região, as primeiras chuvas costumam chegar aos meses de outubro e novembro. Durante o inverno os pastores recolhem e guardam as ovelhas no aprisco... Eles só permanecem guardando as ovelhas ao ar livre durante o verão! Certamente, Jesus Cristo não nasceu em 25 de dezembro, quando nenhum rebanho estava no campo!
A data exata do nascimento de Jesus é inteiramente desconhecida.
A origem da comemoração em 25 de dezembro tem haver com a festividade da brunária pagã (25 de dezembro), celebrando o dia mais curto do ano e o “Novo Sol” que seguia a Saturnália onde os Romanos comemoravam as férias de inverno, em homenagem a Saturno o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra durante o inverno e costumavam lembrar também a Deusa Ceres que representa a agricultura e a fertilidade.
Essas festividades pagãs eram acompanhadas de bebedices e orgias… e eram tão populares na Roma que a Igreja Católica Romana não viu alternativa se não a de santificar o dia.
A comemoração do Natal de Jesus surgiu de um decreto. O Papa Júlio I decretou em 350 que o nascimento de Cristo deveria ser comemorado no dia 25 de Dezembro, substituindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo. O nascimento de Cristo passou a ser comemorado no dia do Solstício do Inverno.
Diga-se de passagem que visto que Jesus viveu trinta e três anos e meio e morreu entre 22 de março e 25 de abril, ele não poderia realmente ter nascido em 25 de dezembro.
Mas já que a data foi instituída e a um longo tempo estamos comemorando o nascimento de Cristo em 25 de dezembro, e desconhecemos a data exata do acontecimento, então o que vale é a intenção!
Vamos celebrar como se fosse este o dia em que Deus veio ao mundo e inaugurou uma nova vida entre nós. Este é o motivo da nossa festa, a chegada do amor de Deus ao mundo.
Então, um Feliz Natal para todos!

Camila Patrícia Milani


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Noélia Santos



José

Cala-te José
Com o sol na cabeça
Com a inchada na mão
Cala-te José
Com um punhado de não
Com a farinha do meio dia
Cala-te José
Com a dispensa vazia
E essa tristeza de homem
Cala-te bicho José
Há poeira nos cantos
A esconder seu rosto
O sol já é posto
Na hora da reza
Ave-maria Jose
Quem roubou tua promessa
Quem calou tua fé
Cala a boca José
Amanha és o mesmo...
Dia






CANTICO AO SOL
...marcha...

marcha..., marcha...

o meu coração disperso

vira mundo, vira verso

para ver o que se faz

entre o tempo e a roca

tece o fio, tece a vida

nesse chão que se desfaz

sob o pé de tanta luta

marcha o homem e seu destino

calejada força bruta

faz de homem o menino

que menino não é mais

na marcha, na marcha

carrega nos ombros a inchada

carrega homem o homem na estrada

que vira o inverso, reverso disperso em versos

a pegada apagada da marcha que se distrai...



sábado, 29 de novembro de 2008

GREGORY CORSO



Nasceu em 1930, no Greenwich Village, em Nova York. Filho de uma família paupérrima, passou a infância em orfanatos e reformatórios e mais tarde foi adotado por várias famílias alternadamente. Não escreveu uma autobiografia, mas revisitou a casa natal:

"Permaneço parado na luz escura da rua escura
De sobretudo e cigarro no canto da boca
Chapéu sobre os olhos, um berro na mão
Cruzo a rua e entro no prédio,
As latas de lixo continuam cheirando mal (...)"

Em 1958, Jack Kerouac escreveu: "Considero Gregory Corso e Allen Ginsberg os dois melhores poetas da América. Corso é um garoto durão nascido no Lower East Side que cresceu como um anjo acima dos telhados e canta canções italianas tão lindas qanto Caruso ou Sinatra, só que com palavras de sua alma renascentista." Seymour Krim, que o considera "imprevisível e inclassificável", escreveu: "Contraditório em tudo, Corso reúne um inacreditável refinamento verbal e um talento excepcional ao encanto endiabrado de um moleque de rua." Atualmente, continua sem residência fixa, sem CPF, sem grana e sem destino. Perambula pelos EUA em companhia do filho Max Orfeo.
Bibliografia: The Vestal Lady of Brattle (1955), Gasoline (1958), Bomb (1958), The Happy Birthday of Death (1960), American Expresse (1961), Long Live Man (1962), Elegiac Feelings América (1965), Earth Egg, The Notebook.





ALÔ
É desastroso ser um cervo ferido.
Eu estou muito ferido, os lobos rondam
e tenho meus fracassos também.
Minha carne ficou presa no Gancho Inevitável!
Quando criança vi todas as coisas nas quais não queria me
transformar.
Serei a pessoa que não desejava ser?
Aquela pessoa que-fala-sozinha?
Aquele de quem os vizinhos caçoam?
Serei eu aquele que, nos degraus do museu, dorme de lado?
Estarei usando aroupa do cara que falhou?
Sou um sujeito lunático?
Na grande serenata das coisas,
serei a passagem mais cancelada?


"CAVALO COM LEITE"

Num quarto a colher sobre o fogo
A cozinhar o desejo secreto.
Tudo cozido, ele apanhou um cinto
e correu antes do cavalo derreter.
O cinto foi preso em volta do braço;
a agulha bem limpa para não haver danos
e apertando, apertando, uma veia surgiu.
Com uma puxada o braço começou a doer.
Com mão firme ele esperou inchar -
esperou o sonho que a si orfertava.
E então a agulha avançou plenamente
Mas o cavalo tinha leite, e não deu barato.
Ele foi ao chão sem fazer ruído,
e girou os olhos como um carrossel.
Então se esfregou e sacudiu e puxou os cabelos,
vomitou ar, nada mais do que ar.
No fundo da noite ele rolava e rugia.
Ó alma, você nunca esteve tão chapada neste mundo.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

HEINRICH HEINE - Os tecelóes da Silésia



Sem nos olhos sombrios terem lágrimas,
êles movem o tear, rangendo os dentes:

- Alemanha, tecemos-te a mortalha,
lançando contra ti três maldições.
Tecemos, tecemos.

Maldição para o Deus ao qual rezamos no frio inverno e em meio da miséria.
Esperamos em vão o seu socorro.
A todos iludiu, zombou de todos.

Tecemos, tecemos.

Maldição para o rei que é só dos ricos, que a pobreza despreza altivamente,
arrancando nossa última moeda,
e, como cães, nos manda fuzilar!

Tecemos, tecemos.

Maldição para a pátria que nos trai,
e com suas infâmias nos humilha,onde as flôres fenecem muito cedo,
e a podridão os vermes, alimenta.
Tecemos, tecemos.

Voa a lançadeira. O tear está rangendo. Tecemos sem parar, velha Alemanha,
tua negra mortalha, noite e dia,
lançando contra ti três maldições!

Tecemos, tecemos.


Heinrich Heine, poeta alemão contemporâneo e amigo de Marx, foi autor de muitos dos mais populares poemas alemães,
alguns musicados, conhecidos de cor, ainda hoje, por muitos cidadãos da Alemanha e ensinados nas escolas daquele
país.
A poesia de Heine é tão estimada na Alemanha que, durante o período nazi, continuou a ser ensinada, mas os manuais
escolares omitiam o nome do grande poeta progressista...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Só um ponto de vista - Camila Patricia Milani





Assim com não se julga um livro pela capa,
Não se deve julgar ninguém pela carcaça!
Essa pele branca que me cobre
Não faz de mim plebéia e nem nobre...

Essas janelas azuis por onde eu vejo o mundo,
São apenas janelas...
Se fossem verdes, marrons, negras, amarelas...
Não me trariam visões mais feias e nem mais belas!

O que importa os cabelos loiros que me taxam de burra!
O que importa os cabelos pretos taxados de mil e uma utilidades!
Se aqui dentro um sentimento urra
Que partilhamos de uma única identidade: “A Humanidade”!

Somos todos reflexos de um passado podre, recente...
Que nos rotulou e nos dividiu por raças,
Uns como caçadores, outros como caça!
Quando na verdade, todo mundo é gente!!!
Todo mundo sofre! Todo mundo sente!...

Há milhares de anos o chicote vem mudando de mão...
Egípcios aprisionando Judeus,
Brancos aprisionando negros irmãos...
Não adianta mudar de mão...
Ao chicote: Não!!!

Só houve um homem perfeito
Ao qual chamamos de Jesus Cristo.
Para muitos apenas um mito,
Para outros um grande exemplo.

E embora branco ele seja retratado,
Por um raciocínio lógico
Podemos concluir que Cristo
Na verdade era pardo!

Se houve realmente um homem perfeito,
Ele não era branco e nem preto...
E mesmo não assumindo a cor de nenhum dos lados,
Foi chicoteado!
Sacrificado, Crucificado...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Everaldo Nascimento, um poeta emergente da Amazômia!






Everaldo do Nascimento, nasceu no dia 23 de setembro de 1968 - na cidade de Manaus-Am. Estreou no cenário poético em 1991 quando lançou seu 1º livro: O MUNDO MAGICO DO AMOR.
Participou de vários concursos de poesia e musica. Realiza projetos culturais tais como: Folha do Poeta, Concurso de Poesias Poetas Emergentes, Projeto 100% Poesia e outros. Outros livros: A Arte de um Poeta 1997 e Pelos Caminhos da Poesia - 2001. Hoje, está trabalhando para publicar o seu novo Livro intitulado: "NOVO CAMINHAR - Poesia, Reflexão e Testemunho".

"Tem razão o escritor Padre Antonio Vierira (1608-1697), quando afirma que o livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive. Assim, o livro contém no seu interior, relatos poéticos de tempos vividos que podem ser revividos... Quando se abre um livro de um poeta, abre-se uma vida, descobre-se um mundo, ganha-se dois amigos: o livro e o poeta.

Everaldo Nascimento-Manaus - AM



BELEZA AMAZONICA

Verdes rios...
num céu azul que encanta
é assim a minha terra
com as cores da
esperança.

No verde os olhos da
flora
com nuvens brancas no céu
e um rio que vai mundo a
fora
na imagem de um papel.

Num clic a vitória regia
no outro a imagem do rio
mostrando nossa beleza
onde o homem não
destruiu.

Poesia de Everaldo Nascimento-Manaus - AM.


Se fosse verdade

Cada palavra
Cada gesto
Cada beijo
(Se fosse verdade...)

Nossos sonhos
Nossos planos
Nossa História
(Se Fosse verdade...)

Nosso amor
Nossas vidas
Feridas pelo tempo
(Se fosse verdade...)

Um simples sorriso
bastaria!
Se fosse verdade.

Poesia de Everaldo Nascimento-Manaus - AM